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Cardiologia

4 minutos de leitura

Infarto fulminante é causa de morte súbita; entenda como ele ocorre

O infarto fulminante ocorre quando há um bloqueio súbito no fluxo sanguíneo do coração, levando a uma falência quase imediata das funções cardíacas.
Dr. Fabrício Assami Borges - Cardiologista - -Atualizado em 29/11/2024

Doença faz parte do grupo de condições cardiovasculares que mais matam homens e mulheres no Brasil e no mundo

O infarto agudo do miocárdio é hoje a principal causa de mortes no Brasil; de acordo com o Ministério da Saúde, são até 400 mil casos registrados por ano. No caso do infarto fulminante, ele é umas das principais causas de morte súbita, o que eleva ainda mais a gravidade do problema. Continue a leitura para entender o que caracteriza o infarto fulminante e o que fazer quando presenciar uma pessoa sofrendo com o problema.

Infarto fulminante: o que é?

No caso do infarto fulminante, o bloqueio leva a disfunção do coração que pode induzir a arritmias graves ou mesmo levar a um comprometimento grande das funções de bomba do coração.

A parada cardíaca pode ocorrer imediatamente ou momentos após essas alterações nas funções do coração, exigindo uma resposta rápida para que a vítima tenha alguma chance de sobrevivência.

O que causa o infarto fulminante?

Assim como no infarto comum, as principais causas do infarto fulminante estão relacionadas à aterosclerose, um processo inflamatório causado pelo acúmulo de placas de gordura nas paredes de vasos e artérias do coração.

Quando essas placas se rompem, o corpo reage formando um coágulo --é ele o responsável por obstruir o fluxo de sangue no vaso.

Por sua vez, os fatores de risco para aterosclerose já são conhecidos, como colesterol alto, hipertensão arterial e diabetes sem controle, tabagismo, sedentarismo e obesidade. Há ainda o histórico pessoal e familiar, que também podem aumentar o risco para esse tipo de evento.

Vale dizer que muitas causas de infarto também são causas de AVC (acidente vascular cerebral), outra doença cardiovascular causado pelo entupimento de artérias (neste caso, acometendo os vasos que levam sangue para o cérebro).

Sintomas de um infarto fulminante

Os sintomas são semelhantes como em qualquer quadro de infarto agudo do miocárdio. Porém, podem se associar sudorese fria, palidez, extremidades frias, intensa falta de ar e palpitações.

Importante ressaltar que os sintomas de infarto em mulheres podem ser mais sutis e diferentes. Costumam ser:

· Dores em regiões como costas, pescoço, mandíbula ou até no estômago (sensação de queimação);

· Náuseas e/ou vômitos;

· Cansaço extremo;

· Falta de ar;

· Sensação de angústia ou ansiedade.

Vale ainda lembrar que infarto fulminante pode acontecer mesmo sem sintomas, especialmente em pacientes mais idosos ou em pessoas com diabetes, que tendem a ter uma percepção reduzida da dor.

Como agir ao detectar sinais de um infarto fulminante?

O infarto, fulminante ou não, é considerado uma emergência médica e requer atendimento imediato. Diante dos sinais de que alguém esteja vivenciando esse problema, ligue imediatamente para o serviço de emergência (192).

Enquanto a ajuda não chega, é importante manter a pessoa em repouso absoluto. Se a pessoa perder a consciência, o ideal é iniciar a reanimação cardiopulmonar (RCP) imediatamente. A RCP é uma técnica de compressões no tórax que pode ajudar a manter a circulação do sangue para órgãos vitais até a chegada do socorro especializado; geralmente, o atendente do serviço de emergência pode orientar a realizar a manobra.

É importante ressaltar que, no atendimento leigo pré-hospitalar, não é mais recomendado suporte ventilatório com a respiração “boca-a-boca”.

Importância do atendimento rápido

O principal risco do infarto fulminante é a morte. De acordo com o Ministério da Saúde, a cada 5 ou 7 casos de infarto agudo do miocárdio, estima-se que um acabe em óbito.

Isso ocorre porque a falta de oxigênio pode levar as células do músculo cardíaco à morte, provocando lesões graves no coração. Se isso se prolongar por muito tempo, o paciente pode realmente não ter condições de sobreviver diante da extensão dos danos ao órgão.

No caso do infarto fulminante, a falência quase imediata do coração e a falta de circulação sanguínea (e de oxigênio) para outros órgãos pode prejudicar outros órgãos e tecidos, dificultando a reversão do quadro. Não à toa, o infarto fulminante é uma das principais causas de morte súbita.

Formas de tratamento para o infarto fulminante

O tratamento do infarto fulminante é feito da mesma maneira que o infarto comum: os médicos buscam desobstruir o bloqueio no vaso lesionado e reestabelecer o fluxo sanguíneo para o coração.

A desobstrução é feita com o uso de medicamentos anticoagulantes e a realização de um cateterismo cardíaco, com implante de um ou mais “stents”, que são próteses metálicas usadas para garantir que a artéria permaneça aberta para a passagem do sangue.

O tratamento de longo prazo do paciente infartado requer mudança de hábitos, como melhorar alimentação e praticar atividade física; controle rigoroso dos fatores de risco citados; e uso de medicamentos para ajuste da condição do músculo do coração e para melhorar a fluidez do sangue, reduzindo o risco de novos eventos.

O acompanhamento rigoroso e regular com cardiologista é fundamental para garantir uma melhor evolução do quadro, redução de risco de novos eventos potencialmente graves e recuperação do coração.

Escrito por

Dr. Fabrício Assami Borges

Cardiologista | -
Residência médica em Clinica Médica e Cardiologia ele USP - Ribeirão Preto Título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia Título de especialista em Terapia Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) Pós Graduação em Coronariopatias Agudas pelo Instituto do Coração ( InCor) Hospital Das Clinicas da FMUSP MBA em Gestão de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas
Escrito por

Dr. Fabrício Assami Borges

Cardiologista | -
Residência médica em Clinica Médica e Cardiologia ele USP - Ribeirão Preto Título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia Título de especialista em Terapia Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) Pós Graduação em Coronariopatias Agudas pelo Instituto do Coração ( InCor) Hospital Das Clinicas da FMUSP MBA em Gestão de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas