Acompanhamento médico é fundamental para detectar doenças de forma precoce e prevenir eventos de saúde graves
Entre 2008 e 2022, o número de internações por infarto aumentou em cerca de 150% no Brasil nesse período, segundo levantamento recente do INC (Instituto Nacional de Cardiologia). As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte na população mundial. Por isso, os check-ups de rotina, incluindo exames do coração, são considerados cada vez mais relevantes.
Este tipo de controle é fundamental para prevenir e monitorar uma série de problemas que, na maioria das vezes, não provocam sintomas, mas podem levar a complicações cardíacas. Veja a seguir quais são os principais e quando eles devem ser realizados.
Exames do coração: quais são os principais?
Existem diversos exames do coração e eles são indicados de acordo com a necessidade e o histórico de cada paciente. Os mais comuns são:
· Exames laboratoriais: avaliação de níveis de colesterol, diabetes, hormônios da tireoide, função renal e hepática etc.
· Eletrocardiograma (ECG): avalia a atividade elétrica do coração, ajudando a identificar arritmias e outros problemas.
· Ecocardiograma: utiliza ondas sonoras para criar imagens do coração, verificando tamanho do coração, o funcionamento das válvulas e a presença de possíveis anomalias como até mesmo infartos “silenciosos”.
· Teste ergométrico ou teste de esforço físico: realizado enquanto o paciente se exercita em uma esteira ou bicicleta, permite avaliar o comportamento do coração sob esforço, podendo identificar problemas de obstruções nos vasos do coração, alterações significativas na pressão ou mesmo arritmias relacionadas ao esforço, guiando a prescrição de atividades físicas.
· Ressonância magnética cardíaca: indicada para casos mais complexos em que são necessárias imagens detalhadas da estrutura e função do coração.
· Angiotomografia computadorizada das coronárias: utiliza raios X para gerar imagens tridimensionais dos vasos do coração, sendo útil para detectar placas de gordura e calcificações.
· Holter 24horas: monitora a atividade elétrica do coração por 24 horas ou mais, detectando arritmias que podem ocorrer em repouso ou durante atividades.
· MAPA (Monitoramento Ambulatorial de Pressão Arterial): monitora a pressão arterial por 24 horas, auxiliando no diagnóstico de hipertensão arterial e na avaliação da eficácia do tratamento.
· Cintilografia do miocárdio: exame que utiliza contraste para avaliar o fluxo sanguíneo nos vasos e nas artérias que irrigam o coração.
· Cateterismo cardíaco: Exame invasivo, feito na maioria dos casos por uma punção na região do punho com anestesia local. Verifica a presença de obstruções nas artérias coronárias e pode também medir a pressão dentro das câmaras cardíacas.
Doenças que podem ser detectadas com os exames do coração
Entre as diversas doenças que comprometem o sistema cardiovascular e que podem ser detectadas por meio dos exames já mencionados, estão:
· Hipertensão arterial: na maioria das vezes assintomática, essa condição pode ser identificada durante os exames de rotina.
· Doença arterial coronariana (aterosclerose): relacionada à obstrução das artérias, é uma das principais causas de infarto.
· Insuficiência cardíaca: quando o coração não consegue bombear sangue de maneira eficiente, levando a sintomas como falta de ar e edema (inchaço) no corpo.
· Arritmias cardíacas: distúrbios do ritmo cardíaco que podem ser inofensivos ou potencialmente graves.
· Miocardite: inflamação do músculo cardíaco, geralmente causada por infecções virais.
· Cardiomiopatias: doenças que afetam o músculo do coração.
· Valvulopatias: doenças que afetam as válvulas do coração.
Os exames do coração são importantes pois detectam precocemente condições que, se não forem tratadas, podem predispor o indivíduo a eventos graves de saúde, como infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e até mesmo morte súbita.
Fatores de risco para doenças do coração
As doenças do coração estão diretamente ligadas a fatores de risco que podem ser hereditários, comportamentais ou ambientais. Entre eles, podemos destacar:
· Histórico familiar: pessoas com familiares próximos que tiveram doenças cardíacas apresentam maior risco, principalmente se os eventos ocorreram em idade jovem.
· Tabagismo: o cigarro é um fator amplamente conhecido que afeta a saúde do sistema cardiovascular.
· Obesidade e sedentarismo: estão associados ao acúmulo de gordura nas artérias e ao aumento da incidência e gravidade de outros fatores de risco com hipertensão arterial, diabetes e colesterol elevado.
· Diabetes: eleva o risco de doenças cardiovasculares devido ao aumento dos níveis de glicose no sangue, que afeta as artérias.
· Colesterol alto: níveis elevados de colesterol LDL contribuem para a formação de placas de gordura nas artérias.
Qual a frequência ideal para realizar os exames do coração?
A frequência com que os exames do coração devem ser feitos vai depender da idade, do histórico médico e da quantidade de fatores de risco presentes no paciente.
Em geral, recomenda-se que pessoas com mais de 40 anos façam check-ups cardíacos anuais. Para pessoas mais jovens, a periodicidade pode ser menor, exceto em casos de histórico familiar ou pessoal de doenças cardíacas ou outros fatores de risco, como a presença de pressão alta e diabetes.
Pessoas que já têm alguma condição cardíaca diagnosticada ou que apresentam fatores de risco devem seguir um cronograma personalizado, de acordo com a orientação do médico cardiologista.
O que é um check-up cardiológico?
O check-up cardiológico é uma avaliação completa da saúde cardiovascular. De acordo com a American Heart Association (AHA), o check-up cardiológico é indicado a todos os indivíduos para avaliar e gerenciar os fatores de risco e, dessa forma, reduzir o risco de um evento cardiovascular grave.
Ele começa com uma conversa detalhada com o cardiologista atentando para comportamento, histórico pessoal e familiar e uso de medicamentos, entre outros detalhes.
Depois, o paciente passa por um exame físico detalhado para avaliar possíveis anormalidades cardiovasculares, como elevação de pressão arterial ou arritmias. Posteriormente, ele é direcionado para a realização de uma série de exames que visam identificar precocemente fatores de risco, problemas no coração e nos vasos sanguíneos.
Os exames são solicitados de acordo com as características de cada paciente, o que pode ou não incluir exames como eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico e exames de sangue para verificar os níveis de colesterol e glicose.
O objetivo é avaliar o funcionamento do coração e das artérias e vasos ao redor do órgão. Com essas informações em mãos, o médico pode oferecer recomendações personalizadas para manter a saúde cardiovascular, além de orientar individualmente para a necessidade de uso de algum tipo de medicamento e para mudanças no estilo de vida.
É possível realizar os exames do coração em um hospital?
Sim, os exames do coração podem ser realizados tanto em hospitais como em clínicas e laboratórios especializados em exames de diagnóstico.
A vantagem dos hospitais é que eles costumam oferecer uma infraestrutura completa com equipamentos de alta tecnologia e equipes capacitadas para realizar principalmente os exames mais complexos, como o cateterismo cardíaco e a ressonância magnética cardíaca. O Hospital Santa Paula, por exemplo, conta com cardiologistas altamente preparados e com experiência no atendimento das mais diversas patologias cardiovasculares. A UTI Cardiológica do hospital possui 10 leitos possui o selo Top Performer, concedidos pela EPIMED em parceria com a AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira).
Além da UTI geral e cardiológica, o hospital possui centros de diagnóstico avançado, que atendem tanto pacientes em situação de urgência (como os que chegam com dor no peito intensa e suspeita de infarto) quanto os que estão realizando check-ups de rotina.