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Cardiologia

5 minutos de leitura

Exames do coração: por que é importante manter a rotina de check-ups?

Exames do coração devem ser feitos de forma rotineira para detectar doenças cardiovasculares de forma precoce
Dr. Fabrício Assami Borges - Cardiologista - -Atualizado em 29/11/2024
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Acompanhamento médico é fundamental para detectar doenças de forma precoce e prevenir eventos de saúde graves

Entre 2008 e 2022, o número de internações por infarto aumentou em cerca de 150% no Brasil nesse período, segundo levantamento recente do INC (Instituto Nacional de Cardiologia). As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte na população mundial. Por isso, os check-ups de rotina, incluindo exames do coração, são considerados cada vez mais relevantes.

Este tipo de controle é fundamental para prevenir e monitorar uma série de problemas que, na maioria das vezes, não provocam sintomas, mas podem levar a complicações cardíacas. Veja a seguir quais são os principais e quando eles devem ser realizados.

Exames do coração: quais são os principais?

Existem diversos exames do coração e eles são indicados de acordo com a necessidade e o histórico de cada paciente. Os mais comuns são:

· Exames laboratoriais: avaliação de níveis de colesterol, diabetes, hormônios da tireoide, função renal e hepática etc.

· Eletrocardiograma (ECG): avalia a atividade elétrica do coração, ajudando a identificar arritmias e outros problemas.

· Ecocardiograma: utiliza ondas sonoras para criar imagens do coração, verificando tamanho do coração, o funcionamento das válvulas e a presença de possíveis anomalias como até mesmo infartos “silenciosos”.

· Teste ergométrico ou teste de esforço físico: realizado enquanto o paciente se exercita em uma esteira ou bicicleta, permite avaliar o comportamento do coração sob esforço, podendo identificar problemas de obstruções nos vasos do coração, alterações significativas na pressão ou mesmo arritmias relacionadas ao esforço, guiando a prescrição de atividades físicas.

· Ressonância magnética cardíaca: indicada para casos mais complexos em que são necessárias imagens detalhadas da estrutura e função do coração.

· Angiotomografia computadorizada das coronárias: utiliza raios X para gerar imagens tridimensionais dos vasos do coração, sendo útil para detectar placas de gordura e calcificações.

· Holter 24horas: monitora a atividade elétrica do coração por 24 horas ou mais, detectando arritmias que podem ocorrer em repouso ou durante atividades.

· MAPA (Monitoramento Ambulatorial de Pressão Arterial): monitora a pressão arterial por 24 horas, auxiliando no diagnóstico de hipertensão arterial e na avaliação da eficácia do tratamento.

· Cintilografia do miocárdio: exame que utiliza contraste para avaliar o fluxo sanguíneo nos vasos e nas artérias que irrigam o coração.

· Cateterismo cardíaco: Exame invasivo, feito na maioria dos casos por uma punção na região do punho com anestesia local. Verifica a presença de obstruções nas artérias coronárias e pode também medir a pressão dentro das câmaras cardíacas.

Doenças que podem ser detectadas com os exames do coração

Entre as diversas doenças que comprometem o sistema cardiovascular e que podem ser detectadas por meio dos exames já mencionados, estão:

· Hipertensão arterial: na maioria das vezes assintomática, essa condição pode ser identificada durante os exames de rotina.

· Doença arterial coronariana (aterosclerose): relacionada à obstrução das artérias, é uma das principais causas de infarto.

· Insuficiência cardíaca: quando o coração não consegue bombear sangue de maneira eficiente, levando a sintomas como falta de ar e edema (inchaço) no corpo.

· Arritmias cardíacas: distúrbios do ritmo cardíaco que podem ser inofensivos ou potencialmente graves.

· Miocardite: inflamação do músculo cardíaco, geralmente causada por infecções virais.

· Cardiomiopatias: doenças que afetam o músculo do coração.

· Valvulopatias: doenças que afetam as válvulas do coração.

Os exames do coração são importantes pois detectam precocemente condições que, se não forem tratadas, podem predispor o indivíduo a eventos graves de saúde, como infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e até mesmo morte súbita.

Fatores de risco para doenças do coração

As doenças do coração estão diretamente ligadas a fatores de risco que podem ser hereditários, comportamentais ou ambientais. Entre eles, podemos destacar:

· Histórico familiar: pessoas com familiares próximos que tiveram doenças cardíacas apresentam maior risco, principalmente se os eventos ocorreram em idade jovem.

· Tabagismo: o cigarro é um fator amplamente conhecido que afeta a saúde do sistema cardiovascular.

· Obesidade e sedentarismo: estão associados ao acúmulo de gordura nas artérias e ao aumento da incidência e gravidade de outros fatores de risco com hipertensão arterial, diabetes e colesterol elevado.

· Diabetes: eleva o risco de doenças cardiovasculares devido ao aumento dos níveis de glicose no sangue, que afeta as artérias.

· Colesterol alto: níveis elevados de colesterol LDL contribuem para a formação de placas de gordura nas artérias.

Qual a frequência ideal para realizar os exames do coração?

A frequência com que os exames do coração devem ser feitos vai depender da idade, do histórico médico e da quantidade de fatores de risco presentes no paciente.

Em geral, recomenda-se que pessoas com mais de 40 anos façam check-ups cardíacos anuais. Para pessoas mais jovens, a periodicidade pode ser menor, exceto em casos de histórico familiar ou pessoal de doenças cardíacas ou outros fatores de risco, como a presença de pressão alta e diabetes.

Pessoas que já têm alguma condição cardíaca diagnosticada ou que apresentam fatores de risco devem seguir um cronograma personalizado, de acordo com a orientação do médico cardiologista.

O que é um check-up cardiológico?

O check-up cardiológico é uma avaliação completa da saúde cardiovascular. De acordo com a American Heart Association (AHA), o check-up cardiológico é indicado a todos os indivíduos para avaliar e gerenciar os fatores de risco e, dessa forma, reduzir o risco de um evento cardiovascular grave.

Ele começa com uma conversa detalhada com o cardiologista atentando para comportamento, histórico pessoal e familiar e uso de medicamentos, entre outros detalhes.

Depois, o paciente passa por um exame físico detalhado para avaliar possíveis anormalidades cardiovasculares, como elevação de pressão arterial ou arritmias. Posteriormente, ele é direcionado para a realização de uma série de exames que visam identificar precocemente fatores de risco, problemas no coração e nos vasos sanguíneos.

Os exames são solicitados de acordo com as características de cada paciente, o que pode ou não incluir exames como eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico e exames de sangue para verificar os níveis de colesterol e glicose.

O objetivo é avaliar o funcionamento do coração e das artérias e vasos ao redor do órgão. Com essas informações em mãos, o médico pode oferecer recomendações personalizadas para manter a saúde cardiovascular, além de orientar individualmente para a necessidade de uso de algum tipo de medicamento e para mudanças no estilo de vida.

É possível realizar os exames do coração em um hospital?

Sim, os exames do coração podem ser realizados tanto em hospitais como em clínicas e laboratórios especializados em exames de diagnóstico.

A vantagem dos hospitais é que eles costumam oferecer uma infraestrutura completa com equipamentos de alta tecnologia e equipes capacitadas para realizar principalmente os exames mais complexos, como o cateterismo cardíaco e a ressonância magnética cardíaca. O Hospital Santa Paula, por exemplo, conta com cardiologistas altamente preparados e com experiência no atendimento das mais diversas patologias cardiovasculares. A UTI Cardiológica do hospital possui 10 leitos possui o selo Top Performer, concedidos pela EPIMED em parceria com a AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira).

Além da UTI geral e cardiológica, o hospital possui centros de diagnóstico avançado, que atendem tanto pacientes em situação de urgência (como os que chegam com dor no peito intensa e suspeita de infarto) quanto os que estão realizando check-ups de rotina.

Escrito por

Dr. Fabrício Assami Borges

Cardiologista | -
Residência médica em Clinica Médica e Cardiologia ele USP - Ribeirão Preto Título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia Título de especialista em Terapia Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) Pós Graduação em Coronariopatias Agudas pelo Instituto do Coração ( InCor) Hospital Das Clinicas da FMUSP MBA em Gestão de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas
Escrito por

Dr. Fabrício Assami Borges

Cardiologista | -
Residência médica em Clinica Médica e Cardiologia ele USP - Ribeirão Preto Título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia Título de especialista em Terapia Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) Pós Graduação em Coronariopatias Agudas pelo Instituto do Coração ( InCor) Hospital Das Clinicas da FMUSP MBA em Gestão de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas