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Cardiologia

4 minutos de leitura

Infarto agudo do miocárdio precisa de tratamento imediato; saiba quando buscar ajuda

O infarto agudo do miocárdio é uma doença cardíaca grave que ocorre quando o fluxo sanguíneo para o coração é bloqueado
Dr. Fabrício Assami Borges - Cardiologista - -Atualizado em 06/11/2024

Doença cardiovascular é considerada a principal causa de morte no Brasil

O infarto agudo do miocárdio é hoje a principal causa de mortes no Brasil, com até 400 mil casos registrados por ano, de acordo com o Ministério da Saúde. Atualmente, médicos e pesquisadores sabem que muitos fatores de risco incluem questões ambientais e comportamentais típicas da vida moderna, como má alimentação, sedentarismo, tabagismo e poluição do ar, como afirma o relatório World Heart Report 2023, elaborado pela World Heart Federation. Veja abaixo mais informações.

Infarto agudo do miocárdio: o que é?

O infarto agudo do miocárdio é uma doença cardíaca grave que ocorre quando o fluxo sanguíneo para o coração é interrompido, provocando uma escassez de oxigênio que leva à morte de células do tecido do coração.

Quanto mais tempo o bloqueio durar, maior o número de células afetadas e maior o risco de enfraquecimento do músculo cardíaco e de morte do paciente. Por isso, o infarto agudo do miocárdio é considerado uma emergência médica e requer atendimento imediato.

Fatores de risco para o infarto agudo do miocárdio

Os fatores de risco para infarto costumam ser uma combinação de histórico pessoal e familiar (genética), questões ambientais e comportamentais.

Tabagismo, consumo de álcool excessivo, má alimentação e sedentarismo, além da poluição ambiental, são fatores que contribuem para o aumento de doenças cardiovasculares.

Além disso, doenças crônicas não controladas como pressão alta, diabetes, obesidade (ou sobrepeso) e colesterol alto também somam pontos no bingo das doenças cardíacas.

Por fim, histórico familiar ou pessoal anterior de AVC (acidente vascular cerebral), de problemas cardíacos e/ou disfunção renal podem elevar ainda mais o risco.

Formas de prevenir problemas cardiovasculares

A prevenção do infarto passa pela adoção de hábitos de vida mais saudáveis e pelo controle de doenças que crônicas que aumentam o risco para esse tipo de evento. Isso inclui:

· Praticar atividades físicas regularmente;

· Manter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, vegetais e grãos integrais;

· Não fumar;

· Consumir álcool com moderação;

· Manter um peso saudável;

· Controlar doenças crônicas (diabetes, pressão alta, colesterol elevado);

· Dormir bem;

· Gerenciar o estresse.

Sintomas do infarto agudo do miocárdio

Os sintomas de infarto agudo do miocárdio começam subitamente e incluem:

· Dor no peito ou sensação de aperto e/ou pressão. Esse é o sintoma mais comum; a dor pode irradiar para braços, pescoço e costas.

· A dor também pode surgir na forma de queimação (e pode ser confundida com gastrite);

· Tontura;

· Fraqueza ou cansaço;

· Falta de ar;

· Náuseas.

Os sintomas de infarto em mulheres,idosos e diabéticos podem se apresentar de forma mais sutil e serem diferentes, incluindo dores em regiões como costas, pescoço, mandíbula ou até no estômago (sensação de queimação). Além disso, náuseas, vômitos, sudorese profusa e falta de ar, bem como sensação de angústia ou ansiedade, costumam ser mais frequentes.

Como agir ao identificar esses sintomas?

Qualquer dor na região do peito que persista mesmo quando o indivíduo está em repouso deve ser avaliada rapidamente em um serviço de pronto-atendimento.

Nesse tipo de situação, os médicos recomendam chamar a ambulância imediatamente e manter-se calmo. Além disso, é importante colocar o paciente em um ambiente ventilado e em repouso, e não oferecer líquidos, alimentos ou remédios.

Diagnóstico do infarto agudo do miocárdio

O diagnóstico de infarto agudo do miocárdio é realizado por meio de avaliação médica dos sintomas e de alguns exames, como:

· Eletrocardiograma: exame que registra a atividade elétrica do coração e indica alterações no ritmo cardíaco;

· Exame de sangue: avalia a presença de biomarcadores de danos ao músculo cardíaco, como a troponina.

· Ecocardiograma: exame de imagem que mostra a contratilidade do músculo do coração e a região do infarto, que pode se apresentar comprometida.

Tratamentos para o infarto agudo do miocárdio

O tratamento do infarto agudo do miocárdio consiste em desobstruir o vaso comprometido e reestabelecer o fluxo sanguíneo para o coração, reduzindo o dano ao músculo cardíaco.

A desobstrução é feita com o uso de medicamentos e, preferencialmente, com a realização emergencial de um cateterismo cardíaco que identifica o vaso obstruído e posteriormente com implante de stent para reestabelecer o fluxo sanguíneo.

O tratamento de longo prazo do paciente infartado requer mudança de hábitos, como melhorar alimentação e praticar atividade física; além do uso de medicamentos para controlar os fatores de risco como o colesterol e o acompanhamento periódico com cardiologista.

Possíveis riscos e sequelas

O principal risco do infarto agudo do miocárdio é a morte. De acordo com o Ministério da Saúde, a cada 5 ou 7 casos de infarto, estima-se que um acabe em óbito.

Isso ocorre porque a falta de oxigênio pode levar as células do músculo cardíaco à morte, provocando lesões graves no coração e arritmias. Se isso se prolongar por muito tempo, o paciente pode realmente não ter condições de sobreviver diante da extensão dos danos ao órgão.

Os problemas, no entanto, não acabam aí. Quando o tratamento não ocorre de forma precoce ou não é feito de forma adequada, a lesão resultante do infarto pode levar ao enfraquecimento do músculo cardíaco e ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca e arritmias – problemas graves e que podem ser fatais.

Além disso, a insuficiência cardíaca pode levar à piora importante da qualidade de vida e autonomia para atividades do cotidiano, provocando falta de ar para atividades cotidianas, inchaços, mal-estar e indisposição, além de aumentar o risco de internações.

Apesar da gravidade, no entanto, muitos avanços têm ocorrido nos últimos anos no tratamento dessa doença. Por isso, é fundamental buscar orientação com um cardiologista.

Escrito por

Dr. Fabrício Assami Borges

Cardiologista | -
Residência médica em Clinica Médica e Cardiologia ele USP - Ribeirão Preto Título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia Título de especialista em Terapia Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) Pós Graduação em Coronariopatias Agudas pelo Instituto do Coração ( InCor) Hospital Das Clinicas da FMUSP MBA em Gestão de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas
Escrito por

Dr. Fabrício Assami Borges

Cardiologista | -
Residência médica em Clinica Médica e Cardiologia ele USP - Ribeirão Preto Título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia Título de especialista em Terapia Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) Pós Graduação em Coronariopatias Agudas pelo Instituto do Coração ( InCor) Hospital Das Clinicas da FMUSP MBA em Gestão de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas