Doença cardiovascular é considerada a principal causa de morte no Brasil
O infarto agudo do miocárdio é hoje a principal causa de mortes no Brasil, com até 400 mil casos registrados por ano, de acordo com o Ministério da Saúde. Atualmente, médicos e pesquisadores sabem que muitos fatores de risco incluem questões ambientais e comportamentais típicas da vida moderna, como má alimentação, sedentarismo, tabagismo e poluição do ar, como afirma o relatório World Heart Report 2023, elaborado pela World Heart Federation. Veja abaixo mais informações.
Infarto agudo do miocárdio: o que é?
O infarto agudo do miocárdio é uma doença cardíaca grave que ocorre quando o fluxo sanguíneo para o coração é interrompido, provocando uma escassez de oxigênio que leva à morte de células do tecido do coração.
Quanto mais tempo o bloqueio durar, maior o número de células afetadas e maior o risco de enfraquecimento do músculo cardíaco e de morte do paciente. Por isso, o infarto agudo do miocárdio é considerado uma emergência médica e requer atendimento imediato.
Fatores de risco para o infarto agudo do miocárdio
Os fatores de risco para infarto costumam ser uma combinação de histórico pessoal e familiar (genética), questões ambientais e comportamentais.
Tabagismo, consumo de álcool excessivo, má alimentação e sedentarismo, além da poluição ambiental, são fatores que contribuem para o aumento de doenças cardiovasculares.
Além disso, doenças crônicas não controladas como pressão alta, diabetes, obesidade (ou sobrepeso) e colesterol alto também somam pontos no bingo das doenças cardíacas.
Por fim, histórico familiar ou pessoal anterior de AVC (acidente vascular cerebral), de problemas cardíacos e/ou disfunção renal podem elevar ainda mais o risco.
Formas de prevenir problemas cardiovasculares
A prevenção do infarto passa pela adoção de hábitos de vida mais saudáveis e pelo controle de doenças que crônicas que aumentam o risco para esse tipo de evento. Isso inclui:
· Praticar atividades físicas regularmente;
· Manter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, vegetais e grãos integrais;
· Não fumar;
· Consumir álcool com moderação;
· Manter um peso saudável;
· Controlar doenças crônicas (diabetes, pressão alta, colesterol elevado);
· Dormir bem;
· Gerenciar o estresse.
Sintomas do infarto agudo do miocárdio
Os sintomas de infarto agudo do miocárdio começam subitamente e incluem:
· Dor no peito ou sensação de aperto e/ou pressão. Esse é o sintoma mais comum; a dor pode irradiar para braços, pescoço e costas.
· A dor também pode surgir na forma de queimação (e pode ser confundida com gastrite);
· Tontura;
· Fraqueza ou cansaço;
· Falta de ar;
· Náuseas.
Os sintomas de infarto em mulheres,idosos e diabéticos podem se apresentar de forma mais sutil e serem diferentes, incluindo dores em regiões como costas, pescoço, mandíbula ou até no estômago (sensação de queimação). Além disso, náuseas, vômitos, sudorese profusa e falta de ar, bem como sensação de angústia ou ansiedade, costumam ser mais frequentes.
Como agir ao identificar esses sintomas?
Qualquer dor na região do peito que persista mesmo quando o indivíduo está em repouso deve ser avaliada rapidamente em um serviço de pronto-atendimento.
Nesse tipo de situação, os médicos recomendam chamar a ambulância imediatamente e manter-se calmo. Além disso, é importante colocar o paciente em um ambiente ventilado e em repouso, e não oferecer líquidos, alimentos ou remédios.
Diagnóstico do infarto agudo do miocárdio
O diagnóstico de infarto agudo do miocárdio é realizado por meio de avaliação médica dos sintomas e de alguns exames, como:
· Eletrocardiograma: exame que registra a atividade elétrica do coração e indica alterações no ritmo cardíaco;
· Exame de sangue: avalia a presença de biomarcadores de danos ao músculo cardíaco, como a troponina.
· Ecocardiograma: exame de imagem que mostra a contratilidade do músculo do coração e a região do infarto, que pode se apresentar comprometida.
Tratamentos para o infarto agudo do miocárdio
O tratamento do infarto agudo do miocárdio consiste em desobstruir o vaso comprometido e reestabelecer o fluxo sanguíneo para o coração, reduzindo o dano ao músculo cardíaco.
A desobstrução é feita com o uso de medicamentos e, preferencialmente, com a realização emergencial de um cateterismo cardíaco que identifica o vaso obstruído e posteriormente com implante de stent para reestabelecer o fluxo sanguíneo.
O tratamento de longo prazo do paciente infartado requer mudança de hábitos, como melhorar alimentação e praticar atividade física; além do uso de medicamentos para controlar os fatores de risco como o colesterol e o acompanhamento periódico com cardiologista.
Possíveis riscos e sequelas
O principal risco do infarto agudo do miocárdio é a morte. De acordo com o Ministério da Saúde, a cada 5 ou 7 casos de infarto, estima-se que um acabe em óbito.
Isso ocorre porque a falta de oxigênio pode levar as células do músculo cardíaco à morte, provocando lesões graves no coração e arritmias. Se isso se prolongar por muito tempo, o paciente pode realmente não ter condições de sobreviver diante da extensão dos danos ao órgão.
Os problemas, no entanto, não acabam aí. Quando o tratamento não ocorre de forma precoce ou não é feito de forma adequada, a lesão resultante do infarto pode levar ao enfraquecimento do músculo cardíaco e ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca e arritmias – problemas graves e que podem ser fatais.
Além disso, a insuficiência cardíaca pode levar à piora importante da qualidade de vida e autonomia para atividades do cotidiano, provocando falta de ar para atividades cotidianas, inchaços, mal-estar e indisposição, além de aumentar o risco de internações.
Apesar da gravidade, no entanto, muitos avanços têm ocorrido nos últimos anos no tratamento dessa doença. Por isso, é fundamental buscar orientação com um cardiologista.