Como qualquer músculo do corpo, o coração precisa receber um suprimento constante de sangue e oxigênio para funcionar perfeitamente. Se, por algum motivo, essa continuidade é interrompida, as células cardíacas são imediatamente danificadas e, caso o fluxo sanguíneo não seja restaurado rapidamente, a parte afetada do coração pode morrer, dando lugar a uma cicatriz (na medicina chamamos de tecido cicatricial), que substitui o tecido cardíaco em funcionamento, o que eleva o risco de morte. Assim acontece um infarto, isto é, quando o fluxo de sangue para uma parte do músculo cardíaco é bloqueado.
Apesar de o ataque cardíaco estar entre as principais causas de morte no Brasil e no mundo, nem todos sabem identificar corretamente os principais sinais desse grave problema de saúde. Hoje voltamos nossas atenções para o público feminino: afinal, quais são os sintomas de infarto nas mulheres mais relevantes?
Os primeiros sintomas do infarto feminino
Os sintomas do infarto em mulheres são um assunto amplamente debatido e discutido, sobretudo nas últimas décadas, por causa do aumento da incidência da doença. Infelizmente, pesquisas demonstram que, em mulheres, o resultado dessa complicação costuma ser pior, porque, muitas vezes, elas pedem ajuda tarde demais: na verdade, poucas sabem como reconhecer os sintomas de um ataque cardíaco, uma vez que são menos amplamente discutidos. Por isso, fique atenta à lista abaixo:
dispneia (falta de ar ou respiração dificultada sem motivo aparente); dor nas costas; suores frios excessivos e tontura; dor irradiada no pescoço e nos ombros; fadiga extrema; náusea intensa e inexplicável; sensação de ansiedade;
nos casos em que há dor opressiva no tórax, muitas vezes, ela é descrita como uma sensação de peso ou de que existe alguém “sentado sobre a região”.
“Sabemos que, nas mulheres, assim como nos idosos e diabéticos, os sintomas de infarto podem ser atípicos, o que, muitas vezes, faz com que esses pacientes acabem não procurando atendimento médico no tempo adequado, assim, um diagnóstico feito tardiamente pode gerar grande prejuízo para a saúde do coração, acarretando risco elevado de morte súbita e de enfraquecimento do órgão (insuficiência cardíaca). Por isso, digo e repito: os sinais principais de alerta não mudam. Na presença de qualquer um dos sintomas acima, busque um serviço de emergência imediatamente. Afinal, melhor um alarme falso do que não intervir em caso de infarto, não é mesmo?”, reforça o Dr. Fabricio Assami Borges, cardiologista do Hospital Santa Paula.
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É possível apresentar sinais de infarto um mês antes do ataque cardíaco em si?
Em resposta a essa pergunta, o especialista explica que, de forma geral, somente 50% dos pacientes apresentam os indícios de alerta antes da ocorrência do infarto. “Quando acontecem previamente, os sinais são semelhantes aos anteriormente citados, mas em geral mais brandos e desencadeados por esforços físicos, o que, na medicina, recebe o nome de angina pectoris. Também podem se apresentar como uma piora rápida e inexplicada da capacidade física, tornando atividades antes realizadas rotineiramente uma causa de exaustão”, complementa o médico.
Os principais grupos de risco entre as mulheres
Nas mulheres, o infarto do miocárdio é um evento incomum até a menopausa, uma vez que esse fato se deve, sobretudo, a fatores hormonais: os estrogênios, presentes em abundância no organismo feminino – antes dessa fase da vida –, causam uma espécie de “barreira protetora” contra o ataque cardíaco. No entanto, com a chegada da menopausa, a situação muda de figura, e as mulheres acabam correndo o risco de infarto do miocárdio tanto quanto os homens. Além desse fator, existem outros motivos que podem aumentar consideravelmente os riscos de um ataque cardíaco:
- colesterol alto;
- diabetes;
- tabagismo;
- hipertensão arterial (pressão alta);
- obesidade;
- sedentarismo;
- estresse em excesso;
- história familiar de infarto ou acidente vascular cerebral (AVC; derrame).
“O alerta para os sintomas do infarto é importante para a conscientização da população, porém, o mais importante na doença cardiovascular é a prevenção. A identificação precoce e o tratamento dos fatores de risco citados acima, associados à avaliação cardiológica de rotina, com orientação adequada, e à mudança dos hábitos de vida vão evitar que precisemos nos preocupar com esses sintomas, pois, assim, temos a chance de nos precaver contra a doença”, alerta o cardiologista.
Ressaltamos que o Hospital Santa Paula dispõe de uma equipe de cardiologia altamente treinada e atualizada de acordo com os mais modernos modelos de prevenção e tratamento nacionais e internacionais, além de oferecer equipamentos modernos para investigar e tratar as doenças cardiovasculares.
O que fazer quando alguém apresenta sinais de parada cardíaca?
Cada segundo conta diante de um ataque cardíaco! Tenha em mente que um tratamento precoce permite restabelecer a circulação sanguínea no miocárdio, antes que ele sofra danos ainda mais extensos e com graves consequências para sua eficiência funcional. E siga atentamente todas estas recomendações:
se o infarto estiver acontecendo com uma pessoa próxima
Contate imediatamente a unidade hospitalar mais próxima. Como acompanhante, você precisa adotar alguns cuidados enquanto aguarda o atendimento ou, se for o caso, a chegada da equipe de resgate: mantenha a vítima calma e tranquila, na medida do possível; deixe-a em repouso, em um local ventilado e com as roupas afrouxadas para evitar a intensificação de qualquer desconforto; NÃO ofereça líquidos; em caso de desmaio, verifique constantemente a presença de batimentos cardíacos e respiração.
O que há de novo sobre esse assunto?
“Em termos de diagnóstico e tratamento da doença aterosclerótica coronária (obstrução das artérias do coração por placas de gordura), a tecnologia tem avançado a passos largos, por meio de exames que conseguem avaliar, de forma não invasiva, todos os vasos do coração até exames laboratoriais que identificam mínimas agressões ou mesmo sobrecarga do músculo do coração. Além disso, os modernos materiais e aparelhos para a realização do cateterismo cardíaco e da angioplastia (desobstrução da artéria do coração), assim como os stents (prótese metálica que mantém a artéria aberta), têm nos garantido resultados cada vez melhores, tanto em eficiência quanto na segurança de nossos pacientes”, finaliza o Dr. Fabricio Assami.
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