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Neurologia

4 minutos de leitura

Doença de Alzheimer: quais são e quando surgem os primeiros sinais?

Condição neurodegenerativa tem sinais sutis no início
AB
Dr. Alexandre Bossoni - neurologista - -Atualizado em 10/10/2024
Alzheimer

A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa que corresponde a cerca de 60% dos diagnósticos de demência no mundo. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), é um quadro que acomete milhões de pessoas no mundo; no Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que 1,2 milhão de convivem com o problema e 100 mil novos casos são diagnosticados todos os anos. Continue a leitura para entender mais sobre a doença, os sinais e sintomas que ela causa e como é feito o tratamento.

Alzheimer: o que é?

O Alzheimer é uma doença do sistema nervoso central em que ocorre uma deposição de proteínas conhecidas como beta-amiloides no cérebro. Isso faz com que as células nervosas (os neurônios) tenham um mau funcionamento (e, posteriormente, morte), afetando principalmente (mas não só) a área responsável pela memória, pelo pensamento e comportamento.

Por afetar o funcionamento das células nervosas, ela é considerada uma doença neurodegenerativa (assim como a doença de Parkinson, por exemplo). Hoje, o Alzheimer é considerado a forma mais comum de demência no mundo todo.

Possíveis causas para o Alzheimer?

As causas da doença de Alzheimer ainda não são totalmente conhecidas. A principal hipótese é de que a condição seja provocada por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais.

Doenças pré-existentes como diabetes, hipertensão arterial e depressão; e hábitos de vida como sedentarismo e isolamento social, também são fatores de risco para desenvolver a doença na velhice.

Embora seja mais raro, a genética também pode ter um papel importante para desenvolver Alzheimer. Quando isso acontece, a doença se manifesta de forma mais grave, com evolução mais rápida e com início precoce. O risco aumenta um pouco quando os indivíduos têm parentes de primeiro grau acometidos pela condição.

Alzheimer é hereditário?

Não exatamente. Embora exista, sim, o fator genético para casos específicos (e raros) de quadros precoces do Alzheimer, os fatores ambientais –como alimentação, sedentarismo e até escolaridade -- também influenciam no risco de desenvolvimento da doença.

É possível prevenir o Alzheimer?

Manter bons hábitos de vida e estimular o cérebro com atividades intelectuais e sociais, além de cuidar da sua saúde mental, são medidas que ajudam a atrasar o surgimento e a progressão da doença, quando esta ocorre. Mesmo fazendo tudo certo, no entanto, ainda existe o risco de doença ocorrer. Outras dicas importantes são:

  • Praticar atividade física regularmente, de três a cinco vezes por semana durante pelo menos 30 minutos.

  • Prevenir e controlar doenças crônicas, como hipertensão e diabetes.

  • Cuidar da saúde auditiva, especialmente quando esta apresentar algum déficit ao longo da vida.

  • Manter-se com o peso saudável, com IMC (Índice de Massa Corporal) abaixo de 25.

  • Não fumar, já que tabaco contém substâncias tóxicas que causam danos nas células cerebrais.

  • Manter o cérebro ativo com atividades como jogos de estratégia, aprender algo novo, treinar a memória memorizando coisas do dia a dia, entre outras atividades.

Qual médico procurar?

Sintomas suspeitos da doença de Alzheimer devem ser avaliados por um médico especializado em neurologia – o neurologista.

Como é feito o diagnóstico de Alzheimer?

O diagnóstico do Alzheimer é complexo e envolve avaliação clínica, avaliações neuropsicológicas, exames físicos e testes laboratoriais (quando necessários) para descartar outras condições que podem causar sintomas parecidos (como outros tipos de demência). O especialista também pode pedir alguns exames após a consulta, como:

  • Exames de imagem como tomografia ou ressonância magnética de crânio (para excluir outras causas biológicas para os sintomas);

  • Punção de líquor (análise de biomarcadores que evidenciam presença da doença);

  • Exame de sangue (avalia o risco para a doença por meio da quantificação da proteína beta amiloide 42 e 40 no sangue).

Fases do Alzheimer

O Alzheimer é uma doença progressiva e tem características diferentes de acordo com sua progressão. A doença é dividida em três fases: inicial (leve), moderada e grave (final).

O que define cada estágio é o grau de funcionalidade do paciente, ou seja, o que ele consegue ou não fazer sozinho e qual o nível de suporte que ele precisa em sua rotina de atividades.

Fase inicial: nesta fase, os sintomas da doença podem ser sutis, como alguns lapsos de memória. É bastante comum que, nessa fase, amigos e familiares atribuam essas alterações ao envelhecimento, o que é um equívoco.

Fase moderada: os desafios tornam-se mais evidentes e os sintomas passam a interferir na vida diária do indivíduo. Por isso, a assistência e o suporte tornam-se necessários.

Fase avançada ou final (grave): no estágio mais grave do Alzheimer, o paciente não consegue mais ser independente. A fala e a mobilidade são afetadas e ele não pode mais ficar sozinho. Como é uma doença neurodegenerativa, funções essenciais para o corpo, como respirar, também serão afetadas neste estágio.

Sintomas de Alzheimer

Os sintomas do Alzheimer vão ser diferentes em cada fase da doença.

Fase inicial: os sintomas incluem memória recente alterada, desorientação, alterações na linguagem e na concentração e senso crítico comprometido.

Fase moderada: queda acentuada da memória, alterações de planejamento e julgamento, alterações nas emoções, na personalidade e no comportamento social, bem como na postura e no tônus muscular (o que pode impactar o andar do indivíduo).

Fase avançada: além dos sintomas das fases anteriores, o paciente apresenta incontinência urinária e fecal rigidez muscular, dificuldade para deglutir, convulsões, tremores e movimentos involuntários.

Formas de tratamento para o Alzheimer

Infelizmente, não existe cura conhecida para a doença de Alzheimer. Atualmente, os tratamentos disponíveis servem para retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Na fase inicial, o médico pode prescrever alguns medicamentos que servem para tornar a progressão da doença mais lenta. Na fase moderada, terapias ocupacionais e comportamentais são incorporadas à rotina. Por fim, no estágio mais grave, o foco está em dar conforto ao paciente e suporte psicológico aos cuidadores e familiares.

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