
Saiba como identificar e tratar essa condição com eficiência
O carcinoma basocelular é o tipo de câncer de pele mais frequente, representando cerca de 80% dos casos diagnosticados. Ele geralmente se desenvolve em áreas da pele expostas ao sol, como cabeça e pescoço, que é a localização mais frequente. Embora seja um tumor maligno, seu crescimento tende a ser lento e ele raramente se espalha para outras partes do corpo, com cerca de 0,03 % dos casos. Esse comportamento faz com que as chances de cura sejam elevadas, especialmente quando identificado em estágios iniciais.
Carcinoma Basocelular: o que é?
O carcinoma basocelular (CBC) é um tipo de câncer de pele que se origina nas células basais, que estão na camada mais profunda da epiderme (a pele externa). Geralmente, aparece como uma lesão em forma de nódulo perolado, que pode sangrar facilmente.
Trata-se do tipo de câncer de pele mais frequente e, geralmente, apresenta um comportamento pouco agressivo, com baixo risco de se espalhar para outras partes do corpo. Devido ao seu crescimento lento, o carcinoma basocelular pode levar meses ou até anos para se tornar visível.
Quando diagnosticado precocemente e tratado de forma adequada, o prognóstico costuma ser excelente. Contudo, diagnósticos tardios ou tratamentos inadequados podem resultar em danos estéticos, funcionais ou até lesões irressecáveis, isto é, impossíveis de serem removidas cirurgicamente.
Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), entre 2023 e 2025, estima-se quase 102.000 novos casos em homens e cerca de 120.000 em mulheres no Brasil. Nos Estados Unidos, mais de 2 milhões de pessoas são diagnosticadas com esse tipo de câncer anualmente, uma incidência quase duas vezes maior que a do carcinoma espinocelular, o segundo tipo mais comum de câncer de pele.
A exposição excessiva ao sol é o principal fator de risco.
Outros tipos de câncer de pele
Além do carcinoma basocelular, temos outros dois tipos de câncer de pele: o carcinoma espinocelular e o melanoma.
O carcinoma espinocelular é o segundo mais frequente e afeta as células escamosas da pele, localizadas na camada externa. Manifesta-se como uma ferida avermelhada, que pode ser áspera e descamativa. Ele tem um crescimento mais agressivo que o basocelular e pode, em casos raros, se espalhar para os linfonodos e órgãos.
Já o melanoma maligno, ou apenas melanoma, apesar de mais raro – representa apenas 1% dos casos -, é considerado potencialmente mais grave devido à sua elevada capacidade de causar metástases. Surge nos melanócitos, células que produzem melanina (o pigmento da pele), e geralmente aparece como uma pinta ou nevo de formato irregular, com variações de cor e bordas indefinidas. A detecção precoce é fundamental para um tratamento eficaz e potencialmente curativo.
Fatores de risco
A exposição direta e prolongada à radiação ultravioleta é o principal fator de risco para o carcinoma basocelular, especialmente em áreas mais expostas como rosto, pescoço e peito. Além disso, outros fatores incluem:
Pele clara: pessoas de pele clara têm menos melanina, o que significa menor proteção contra os raios UV, tornando-as duas a três vezes mais suscetíveis a esse tipo de câncer.
Idade: a maioria dos casos ocorre após os 40 anos devido ao efeito cumulativo da exposição ao sol, embora o diagnóstico em jovens seja cada vez mais comum.
Exposição a agentes químicos: contato com substâncias como arsênico (presente em águas de poço, pesticidas e na mineração) e produtos como alcatrão, carvão, parafina e certos óleos industriais aumentam o risco.
Histórico de radioterapia: pessoas que passaram por tratamentos radioterápicos, especialmente na infância, têm um risco elevado de desenvolver carcinoma basocelular.
Histórico de câncer de pele e cicatrizes: pessoas com histórico prévio de câncer de pele, cicatrizes de queimaduras, infecções ósseas ou doenças inflamatórias na pele são mais propensas a novos casos.
Sintomas de um carcinoma basocelular
Os sintomas do carcinoma basocelular são geralmente visíveis na pele e incluem diversas alterações. Entre os sinais, estão mudanças na cor e no tamanho de pintas ou sinais já existentes, além de protuberâncias que podem ter coloração rósea, brilhante, avermelhada, branca, perolada ou transparente.
É comum também observarmos áreas avermelhadas, elevadas ou irritadas que podem descascar, causar ardor ou coceira.
Além disso, outras manifestações incluem:
. Lesões róseas com bordas elevadas e centros crostosos;
. Cicatrizes que apresentam uma coloração branca, amarelada ou cerosa, além de bordas pouco definidas;
. Feridas que permanecem abertas por mais de quatro semanas e têm dificuldade para cicatrizar.
Quando essas lesões aumentam de tamanho, podem ocorrer coceira, sangramento e dor intensa.
Embora menos comuns, nódulos escuros, pontilhados de pigmentos, cicatrizes superficiais e placas avermelhadas que descamam também podem aparecer.
Portanto, é fundamental que qualquer lesão que não cicatrize, que sangra ou causa coceira seja avaliada por um médico especialista, mesmo que apresente um crescimento lento.
Qual médico procurar?
O tratamento oncológico é sempre multidisciplinar e, no caso dos tumores cutâneos, esse princípio permanece inalterado.
O diagnóstico, na maioria das vezes, é realizado por um dermatologista. A maioria dos diagnósticos é realizada em fases iniciais, com o início imediato do tratamento.
No entanto, em casos de lesões em estágios mais avançados, outras abordagens de estadiamento e tratamento devem ser consideradas e, assim, outros profissionais como cirurgiões oncológicos, cirurgiões plásticos, oncologistas e radiooncologistas trabalham em conjunto para definir a melhor estratégia para um tratamento personalizado. Nestes casos, a interação de profissionais em reuniões multidisciplinares em centros oncológicos é uma prática padrão.
Como é o diagnóstico?
O diagnóstico de carcinoma basocelular é realizado por um médico que, após examinar a lesão na pele, geralmente solicita uma biópsia para confirmar o quadro. Esse procedimento ajuda a distinguir o carcinoma basocelular de outras condições de pele ou tipos de câncer, garantindo um diagnóstico preciso.
O carcinoma basocelular tem cura?
Sim, o carcinoma basocelular tem cura. Esse tipo de câncer de pele é considerado pouco agressivo e se desenvolve lentamente, podendo demorar meses ou até anos para apresentar sintomas significativos. Geralmente, a cirurgia é o tratamento eficaz para remover o tumor e obter a cura.
Tratamentos para o carcinoma basocelular
Os tratamentos para o carcinoma basocelular variam conforme o tamanho e a localização do tumor. Mas podemos afirmar que o mais frequente é a cirurgia, que visa remover completamente o tumor.
Em alguns casos, pode ser necessária uma cirurgia oncológica mais extensa, acompanhada de reconstrução plástica funcional. Nessas situações, o procedimento deve ser realizado em um centro cirúrgico, considerando tanto a extensão da ressecção quanto as áreas mais sensíveis, como a face. Além disso, é fundamental obter a confirmação de margens negativas por um médico patologista.
Outras opções de tratamento incluem criocirurgia com nitrogênio líquido, terapia a laser, curetagem e eletrocoagulação (procedimento médico que utiliza corrente elétrica para destruir ou remover tecidos indesejados) e/ ou radioterapia para complementação de margens exíguas (bordas do tecido removido durante uma cirurgia que estão muito próximas do tumor) ou tratamentos definitivos.
Por fim, em situações raríssimas, em cenário metastático, ou seja, quando o câncer se espalhou do local de origem para outras partes do corpo, terapia alvo também pode ser recomendada para controle da doença.