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Urologia

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Incontinência urinária: condição é comum e tem causas diversas

Pacientes com incontinência urinária podem ser orientados a fazer fisioterapia pélvica, adequar a ingestão de líquidos e tentar urinar em horários específicos.
MD
Dr. Mario Delgado - Urologista Atualizado em 14/11/2024
infecção urinária

Pacientes geralmente são acompanhados por médicos urologistas, ginecologistas ou geriatras

Indivíduos com incontinência urinária têm dificuldade de controlar a micção. Embora essa seja uma condição incômoda, existem várias opções de tratamento para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e evitar que a incontinência atrapalhe atividades cotidianas.

Incontinência urinária: o que é?

A incontinência urinária é uma condição comum caracterizada pela perda involuntária de urina, que pode ter diferentes intensidades e causas. Em geral, os fatores que aumentam o risco de surgimento desse quadro são:

  • Idade avançada;
  • Obesidade;
  • Tabagismo;
  • Defeitos congênitos (presentes desde o nascimento) do trato urinário;
  • Múltiplos partos;
  • Cirurgias ginecológicas;
  • Cirurgias oncológicas.

Possíveis causas

As pessoas podem desenvolver incontinência urinária por diversas razões, incluindo:

  • Fraqueza dos músculos pélvicos;
  • Infecção urinária;
  • Condições neurológicas (como esclerose múltipla, lesões na medula espinhal e AVC);
  • Cálculos renais;
  • Tumores.

Há ainda outras causas para incontinência, que variam a depender do sexo biológico do indivíduo:

Incontinência urinária masculina

Muitas vezes, a incontinência urinária masculina está associada a problemas na próstata, sendo o principal deles a hiperplasia prostática benigna. Nesse quadro, o aumento da próstata pode pressionar a uretra e, consequentemente, dificultar a micção normal. Também é possível que cirurgias prostáticas comprometam o esfíncter uretral, causando a perda involuntária de urina.

A incontinência urinária também pode ter relação com câncer de próstata (caso o tumor seja grande o suficiente para comprimir a uretra).

Incontinência urinária feminina

A incontinência urinária feminina pode decorrer de uma série de situações, como gravidez e parto (devido à pressão do bebê e ao estiramento dos músculos pélvicos) e menopausa (pois a diminuição nos níveis de estrogênio pode prejudicar os músculos da bexiga).

Além disso, é possível que cirurgias ginecológicas afetem os músculos que dão suporte à bexiga, podendo levar à incontinência.

Tipos de incontinência urinária

A incontinência urinária pode ser dividida em três tipos principais: de esforço, de urgência e mista.

Incontinência urinária de esforço

A incontinência urinária de esforço é aquela que se manifesta em situações de maior pressão intra-abdominal: quando o indivíduo tosse, espirra, ri, levanta peso ou realiza alguma atividade física. Esse quadro geralmente é consequência da fraqueza dos músculos do assoalho pélvico e/ou do esfíncter uretral.

Incontinência urinária de urgência

Na incontinência urinária de urgência, o músculo da bexiga se contrai involuntariamente. Isso provoca uma necessidade súbita e intensa de urinar, podendo fazer com que haja perda de urina antes que o indivíduo consiga chegar ao banheiro. Frequentemente, esse tipo de incontinência está associado a infecções urinárias ou condições neurológicas (como bexiga hiperativa).

Incontinência urinária mista

A incontinência urinária mista corresponde à presença simultânea da incontinência de esforço e da incontinência de urgência.

Sintomas da incontinência urinária

Os sintomas da incontinência urinária podem variar de pessoa para pessoa, mas, de forma geral, os mais clássicos são:

  • Vazamentos de urina ao tossir, espirrar, rir ou fazer alguma atividade física;
  • Necessidade urgente e frequente de urinar, muitas vezes acompanhada de vazamentos;
  • Noctúria (despertar à noite para urinar).

Qual médico procurar?

O urologista é o médico especializado em diagnosticar e tratar condições que afetam as vias urinárias. Esse profissional atende tanto o público masculino quanto o público feminino. Há também outros médicos capazes de avaliar pacientes com incontinência urinária, como o ginecologista (no caso de mulheres) e o geriatra (no caso de idosos).

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de incontinência urinária é feito a partir da história clínica do paciente, da avaliação física e do resultado de exames. Por isso, é importante que o paciente saiba relatar os sintomas com detalhes – por exemplo, quantas vezes ao dia urina, quanto líquido ingere, em quais situações acontece a perda involuntária de urina, entre outras informações.

Os exames necessários variam conforme o caso. De maneira geral, pode ser solicitado um estudo urodinâmico (que serve para analisar o funcionamento da bexiga e da uretra, mostrando como ocorrem o armazenamento e a eliminação da urina), além de exames de urina e de imagem.

Tratamentos para a incontinência urinária

Há diversas formas de tratamento para incontinência urinária. No âmbito da abordagem não medicamentosa, o indivíduo pode ser orientado a realizar fisioterapia pélvica para fortalecer os músculos do assoalho pélvico, adequar a ingestão de líquidos e tentar urinar em horários específicos estabelecidos com o auxílio do médico – além de seguir um estilo de vida saudável, fazendo atividades físicas regularmente, mantendo um peso adequado e não fumando.

Também podem ser indicadas outras intervenções, como medicamentos para relaxar os músculos da bexiga (evitando contrações involuntárias) e cirurgias para inserir uma espécie de tela capaz de dar mais suporte à musculatura pélvica (assim impedindo a perda involuntária de urina).

Vale reforçar que a incontinência urinária é uma doença com boa resposta ao tratamento clínico ou, nos casos necessários, cirúrgico. É comum que alguns indivíduos demorem para procurar ajuda especializada por sentirem constrangimento, mas é fundamental que pessoas com esta queixa consultem um urologista para melhorar a qualidade de vida.

Escrito por
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Dr. Mario Delgado

Urologista
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