O sistema linfático ajuda na eliminação de líquidos oriundos do metabolismo e do combate a infecções, mas a dificuldade de drenagem por esse sistema pode levar ao acúmulo de líquido nos membros, chamado de linfedema.
A condição leva a uma série de problemas, como inchaço, feridas e dificuldades de locomoção, e o tratamento depende de uma abordagem multidisciplinar com condutas fisioterápicas e terapia de compressão. Saiba mais.
Linfedema: o que é?
A condição é causada pelo acúmulo de líquido linfático no corpo, principalmente nos membros inferiores e superiores devido a uma obstrução, agenesia ou comprometimento dos vasos linfáticos.
O que é a linfa e qual sua função?
Composto por água, nutrientes e substâncias produzidas pelas células, como hormônios e enzimas, a linfa é um líquido transparente e viscoso que se move pelo corpo através de vasos mais rudimentares, em paralelo às veias, drenando metabólitos mais complexos.
O comprometimento desses vasos provoca inchaço, sensação de peso na área afetada, vermelhidão na pele e dificuldade de movimento pelo edema.
A função da linfa é auxiliar na drenagem do excesso de água e resíduos do corpo, além de transportar metabólitos oriundos dos glóbulos brancos no combate a processos infecciosos em todo o organismo, ajudando a combater infecções.
Causas para o linfedema
Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento do linfedema, dentre os quais podemos destacar os mais comuns:
- Histórico familiar de linfedema;
- Trauma nos vasos linfáticos;
- Malformação congênita do sistema linfático;
- Obesidade;
- Cirurgia de câncer, especialmente quando gânglios e vasos linfáticos são removidos;
- Radioterapia para tratamento de câncer;
- Doenças renais;
- Metástase de câncer que afeta o sistema linfático;
- Artrite reumatoide;
- Leucemia;
- Infecções como erisipela e celulite.
O linfedema também pode surgir devido a condições que causam cicatrizes nos vasos linfáticos, como filariose ou elefantíase.
Regiões do corpo mais atingidas pelo linfedema
O linfedema acomete principalmente os membros inferiores e superiores, mas também pode afetar os genitais, rosto, pescoço ou tórax.
Sintomas do linfedema
O linfedema possui alguns sintomas principais:
- Inchaço nos pés, pernas ou braços, incluindo os dedos;
- Sensação de peso na região afetada;
- Dificuldade em movimentar o membro afetado;
- Pele vermelha ou mais escura na região afetada;
- Dor ou desconforto no membro, ou área afetada.
Outros sintomas menos comuns são:
- Inchaço em outras áreas do corpo, como mamas, testículo, rosto, pescoço ou abdômen;
- Bolhas com líquido na pele;
- Pele endurecida;
- Pele seca na área afetada;
- Nódulos na pele;
- Coceira na pele ou sensação de queimação;
- Sensação de formigamento ou dormência.
Nos casos mais graves, pode ocorrer também o vazamento de líquido linfático pela superfície da pele, conhecido como linforreia, deixando a pele constantemente úmida e fria, além de aumentar a sensibilidade na região afetada.
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Como é feito o diagnóstico?
As características apresentadas no linfedema, como edema pouco compressível, que não melhora muito com repouso, pele mais ressecada e com aspecto de “casca de laranja” já dão uma boa indicação do diagnóstico, que pode ser mais bem avaliado com um exame de linfocintilografia, em que é possível avaliar a velocidade de condução da linfa.
Outros fatores que sugerem o diagnóstico de linfedema, são: duração dos sintomas, histórico familiar e histórico de saúde do paciente.
O doppler venoso ajuda a descartar outras condições que causam inchaço, como a trombose.
Formas de tratamento para o linfedema
O tratamento do linfedema consiste em melhorar a circulação linfática, eliminando o excesso de líquido e facilitando a movimentação da região do corpo acometida. Entre os principais tratamentos que podem ser indicados estão:
**Terapia descongestiva: **combina várias técnicas, como fisioterapia com drenagem linfática, bandagem elástica e enfaixamento, para melhorar a circulação linfática. No entanto, esse tratamento deve ser evitado em casos de câncer, coágulos sanguíneos ou infecções na pele.
Dieta: reduzir o consumo de sal e de alimentos ricos em sódio pode ajudar a diminuir a retenção de líquidos no corpo.
**Exercícios: **ajudam a drenar o líquido linfático por meio dos movimentos musculares.
**Cuidados com a pele: **é importante manter a pele limpa e hidratada, além de evitar roupas apertadas ou com botões que possam ferir a pele e facilitar infecções.
**Remédios: **em alguns casos, antibióticos podem ser indicados para prevenir ou tratar infecções na pele, ou até mesmo analgésicos para aliviar a dor.
**Cirurgia: **opção para linfedema na região genital e, em alguns casos, nas pernas e pés. Pode envolver a transferência de vasos linfáticos saudáveis para o membro afetado ou a remoção de tecido fibroso da região afetada.
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