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Angiologia

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Linfedema: condição pode interferir na locomoção

O linfedema é um acúmulo de líquido linfático no corpo, provocando inchaço, sensação de peso, vermelhidão na pele e dificuldade de movimento.
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Dr. Flávio Duarte - Angiologista e Cirurgião Vascular - -Atualizado em 12/08/2024
linfedema

O sistema linfático ajuda na eliminação de líquidos oriundos do metabolismo e do combate a infecções, mas a dificuldade de drenagem por esse sistema pode levar ao acúmulo de líquido nos membros, chamado de linfedema.

A condição leva a uma série de problemas, como inchaço, feridas e dificuldades de locomoção, e o tratamento depende de uma abordagem multidisciplinar com condutas fisioterápicas e terapia de compressão. Saiba mais.

Linfedema: o que é?

A condição é causada pelo acúmulo de líquido linfático no corpo, principalmente nos membros inferiores e superiores devido a uma obstrução, agenesia ou comprometimento dos vasos linfáticos.

O que é a linfa e qual sua função?

Composto por água, nutrientes e substâncias produzidas pelas células, como hormônios e enzimas, a linfa é um líquido transparente e viscoso que se move pelo corpo através de vasos mais rudimentares, em paralelo às veias, drenando metabólitos mais complexos.

O comprometimento desses vasos provoca inchaço, sensação de peso na área afetada, vermelhidão na pele e dificuldade de movimento pelo edema.

A função da linfa é auxiliar na drenagem do excesso de água e resíduos do corpo, além de transportar metabólitos oriundos dos glóbulos brancos no combate a processos infecciosos em todo o organismo, ajudando a combater infecções.

Causas para o linfedema

Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento do linfedema, dentre os quais podemos destacar os mais comuns:

  • Histórico familiar de linfedema;
  • Trauma nos vasos linfáticos;
  • Malformação congênita do sistema linfático;
  • Obesidade;
  • Cirurgia de câncer, especialmente quando gânglios e vasos linfáticos são removidos;
  • Radioterapia para tratamento de câncer;
  • Doenças renais;
  • Metástase de câncer que afeta o sistema linfático;
  • Artrite reumatoide;
  • Leucemia;
  • Infecções como erisipela e celulite.

O linfedema também pode surgir devido a condições que causam cicatrizes nos vasos linfáticos, como filariose ou elefantíase.

Regiões do corpo mais atingidas pelo linfedema

O linfedema acomete principalmente os membros inferiores e superiores, mas também pode afetar os genitais, rosto, pescoço ou tórax.

Sintomas do linfedema

O linfedema possui alguns sintomas principais:

  • Inchaço nos pés, pernas ou braços, incluindo os dedos;
  • Sensação de peso na região afetada;
  • Dificuldade em movimentar o membro afetado;
  • Pele vermelha ou mais escura na região afetada;
  • Dor ou desconforto no membro, ou área afetada.

Outros sintomas menos comuns são:

  • Inchaço em outras áreas do corpo, como mamas, testículo, rosto, pescoço ou abdômen;
  • Bolhas com líquido na pele;
  • Pele endurecida;
  • Pele seca na área afetada;
  • Nódulos na pele;
  • Coceira na pele ou sensação de queimação;
  • Sensação de formigamento ou dormência.

Nos casos mais graves, pode ocorrer também o vazamento de líquido linfático pela superfície da pele, conhecido como linforreia, deixando a pele constantemente úmida e fria, além de aumentar a sensibilidade na região afetada.

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Como é feito o diagnóstico?

As características apresentadas no linfedema, como edema pouco compressível, que não melhora muito com repouso, pele mais ressecada e com aspecto de “casca de laranja” já dão uma boa indicação do diagnóstico, que pode ser mais bem avaliado com um exame de linfocintilografia, em que é possível avaliar a velocidade de condução da linfa.

Outros fatores que sugerem o diagnóstico de linfedema, são: duração dos sintomas, histórico familiar e histórico de saúde do paciente.

O doppler venoso ajuda a descartar outras condições que causam inchaço, como a trombose.

Formas de tratamento para o linfedema

O tratamento do linfedema consiste em melhorar a circulação linfática, eliminando o excesso de líquido e facilitando a movimentação da região do corpo acometida. Entre os principais tratamentos que podem ser indicados estão:

**Terapia descongestiva: **combina várias técnicas, como fisioterapia com drenagem linfática, bandagem elástica e enfaixamento, para melhorar a circulação linfática. No entanto, esse tratamento deve ser evitado em casos de câncer, coágulos sanguíneos ou infecções na pele.

Dieta: reduzir o consumo de sal e de alimentos ricos em sódio pode ajudar a diminuir a retenção de líquidos no corpo.

**Exercícios: **ajudam a drenar o líquido linfático por meio dos movimentos musculares.

**Cuidados com a pele: **é importante manter a pele limpa e hidratada, além de evitar roupas apertadas ou com botões que possam ferir a pele e facilitar infecções.

**Remédios: **em alguns casos, antibióticos podem ser indicados para prevenir ou tratar infecções na pele, ou até mesmo analgésicos para aliviar a dor.

**Cirurgia: **opção para linfedema na região genital e, em alguns casos, nas pernas e pés. Pode envolver a transferência de vasos linfáticos saudáveis para o membro afetado ou a remoção de tecido fibroso da região afetada.

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Dr. Flávio Duarte

Angiologista e Cirurgião Vascular | -
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