Oncologia

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Câncer infanto-juvenil: guia para pais sobre sinais, tipos e diagnóstico

Entenda o que é o câncer infanto-juvenil, os tipos mais comuns, sinais de alerta e a importância do diagnóstico e tratamento precoces.
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Equipe Santa Paula - Equipe Santa Paula - Equipe Santa PaulaAtualizado em 19/12/2025

Entenda as particularidades da doença em crianças e adolescentes e por que o diagnóstico precoce eleva as chances de cura.

Toda mãe e pai conhece bem a rotina: o joelho ralado depois de uma corrida no parque, a febre que surge após um dia frio. Mas, às vezes, um cansaço que não passa, uma palidez incomum ou um hematoma que apareceu sem uma queda justificável acende um sinal de alerta. É nesse momento que a informação correta se torna uma ferramenta essencial.

O que é o câncer infanto-juvenil?

O câncer infanto-juvenil corresponde a um grupo de doenças caracterizadas pela proliferação descontrolada de células anormais. Ele pode ocorrer em qualquer parte do corpo e abrange a faixa etária de 0 a 19 anos. É importante notar que o câncer em crianças e adolescentes é frequentemente classificado como uma doença crônica e severa. Por isso, muitos pais buscam centros médicos altamente especializados, mesmo que isso envolva viajar longas distâncias.

Diferentemente dos tumores em adultos, que frequentemente estão ligados a fatores ambientais e estilo de vida, o câncer em crianças e adolescentes geralmente tem origem em células embrionárias. Isso significa que as alterações ocorrem no início do desenvolvimento celular. 

A pesquisa na área do câncer infanto-juvenil, especialmente no que tange à genética humana, é fundamental para entender as causas hereditárias da doença e avançar no conhecimento sobre sua origem.

Essa característica explica por que a doença costuma ser mais agressiva e de evolução rápida. Por outro lado, essas mesmas células tendem a responder de forma mais eficaz a tratamentos como a quimioterapia, o que resulta em altas taxas de cura quando o diagnóstico é feito precocemente.

Quais são os principais sinais e sintomas de alerta?

Muitos sintomas do câncer podem ser confundidos com doenças comuns da infância. A chave para a suspeita é a persistência e a falta de uma causa aparente. Fique atento se a criança ou adolescente apresentar:

  • Palidez e cansaço constantes: uma fadiga que não melhora com o descanso e pele mais pálida que o normal.

  • Hematomas e sangramentos: manchas roxas que surgem sem trauma ou pequenos sangramentos no nariz e gengivas.

  • Febre prolongada: febre por mais de uma semana sem uma infecção identificada.

  • Dor persistente: dores de cabeça frequentes, muitas vezes acompanhadas de vômitos, ou dor contínua nos ossos e articulações.

  • Caroços ou inchaços: nódulos (ínguas) no pescoço, axilas, virilha ou inchaço no abdômen.

  • Alterações de equilíbrio e visão: perda de equilíbrio, dificuldade para andar, visão dupla ou estrabismo súbito.

  • Perda de peso inexplicada: emagrecimento sem dieta ou alteração nos hábitos alimentares.

A presença de um ou mais desses sinais não confirma um diagnóstico, mas indica a necessidade imediata de uma avaliação com o pediatra.

Quais os tipos de câncer mais comuns em crianças e adolescentes?

Os tipos de câncer mais frequentes na população infanto-juvenil variam conforme a idade, mas os principais grupos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas.

Leucemias

As leucemias afetam os glóbulos brancos, células de defesa produzidas na medula óssea. Correspondem ao tipo mais comum de câncer nessa faixa etária. As células doentes se multiplicam rapidamente, atrapalhando a produção de células sanguíneas saudáveis e causando sintomas como anemia, infecções e sangramentos.

Tumores do sistema nervoso central (SNC)

Estes tumores se desenvolvem no cérebro e na medula espinhal, sendo o segundo tipo mais frequente. Os sintomas dependem da localização e do tamanho do tumor, mas podem incluir dores de cabeça, náuseas, vômitos, alterações na visão, equilíbrio ou comportamento.

Linfomas

Os linfomas atingem o sistema linfático, uma rede de gânglios e vasos que ajuda a combater infecções. O Linfoma de Hodgkin e o Linfoma não Hodgkin são os principais subtipos. O sinal mais comum é o surgimento de gânglios aumentados (ínguas) e indolores, geralmente no pescoço, axilas ou virilha.

Como o diagnóstico do câncer infanto-juvenil é realizado?

A jornada do diagnóstico começa com a avaliação do pediatra. Ao identificar sinais suspeitos, ele solicitará exames iniciais de sangue ou de imagem. Caso a suspeita persista, a criança ou o adolescente será encaminhado a um centro de oncologia pediátrica.

Nesse ambiente especializado, uma equipe multidisciplinar realizará exames mais complexos para confirmar o diagnóstico, identificar o tipo exato de câncer e determinar sua extensão (estadiamento). 

Isso pode incluir biópsias, exames de medula óssea, ressonância magnética, entre outros. Graças aos avanços no cuidado, o teste genômico tornou-se uma ferramenta de diagnóstico padrão para muitas crianças e adolescentes, permitindo tratamentos mais precisos e personalizados.

O tratamento do câncer infanto-juvenil tem altas chances de cura?

Sim. Graças aos avanços da medicina, cerca de 70% a 80% das crianças e adolescentes com câncer podem ser curados, desde que o diagnóstico seja precoce e o tratamento seja conduzido em um centro especializado. O tratamento é complexo e planejado individualmente, podendo envolver três modalidades principais:

  1. Quimioterapia: uso de medicamentos para destruir as células cancerígenas.

  2. Cirurgia: remoção do tumor.

  3. Radioterapia: uso de radiação para eliminar as células doentes.

O apoio de uma equipe com psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais também é fundamental para garantir o bem-estar do paciente e de sua família durante todo o processo. No contexto da oncologia pediátrica, a comunicação entre os pais e a equipe de saúde é crucial, manifestando-se em oito funções essenciais para construir confiança e apoio mútuo.

O mais importante é agir rápido. Ao notar qualquer sintoma persistente ou incomum, não hesite em procurar o pediatra. A vigilância e a ação dos pais são os primeiros e mais poderosos passos na luta contra o câncer infanto-juvenil.

Este conteúdo tem caráter informativo e não substitui avaliação médica. Em caso de dúvidas, procure um especialista habilitado.

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