Diagnóstico precoce pode melhorar a sobrevida e as possibilidades de recuperação do paciente
O câncer de próstata ocorre quando há a formação de um tumor maligno, que é o resultado do crescimento incontrolável e anormal de células na próstata. Hoje essa já é a segunda principal causa de morte por câncer em homens – muitos pacientes acometidos por essa condição morrem em razão da progressão para a doença metastática. Esse tipo de tumor é responsável por cerca de 20% de todos os cânceres diagnosticados em seres humanos e faz mais de 65 mil casos por ano aqui no Brasil. Estimativas atuais apontam que 6 em cada 10 casos de câncer de próstata são identificados em homens com mais de 65 anos, sendo fato raro antes dos 40 anos.
Vale destacar o que é a próstata: é uma glândula do tamanho de uma noz, localizada na pelve (abdome inferior), logo abaixo da bexiga e em frente ao reto no corpo masculino. Ela desempenha um papel importante na reprodução, ao fabricar e secretar fluido seminal. A secreção produzida pela próstata tem função ativadora nos espermatozoides durante o processo de fertilização do óvulo feminino. Essa glândula é muito sensível à ação de hormônios – como a testosterona –, que influenciam seu crescimento. Apesar do tamanho pequeno em condições normais, ela pode inchar e originar distúrbios, principalmente urinários, com o passar dos anos ou em razão de algumas patologias, como o câncer de próstata em si.
Sintomas de câncer de próstata
Um ponto potencialmente perigoso dessa doença é o fato de ela ser totalmente assintomática nos estágios iniciais, que é justamente quando deve ser diagnosticada, em busca de resultados de excelência no que diz respeito a tratamento. Por ter um desenvolvimento lento, os sinais característicos podem ficar ausentes por muitos anos. No entanto, conforme o tumor vai aumentando, alguns sintomas do câncer de próstata podem se manifestar:
- Dificuldade para urinar.
- Disfunção erétil.
- Dor ou queimação ao urinar.
- Sensação de precisar urinar com mais frequência.
- Dor generalizada nas costas, nos quadris ou na região pélvica.
- Presença de sangue na urina.
- Sensação de não esvaziamento da bexiga.
Na presença de sinais como os citados anteriormente, é aconselhável se consultar com um especialista no assunto. O oncologista Dr. Tiago Kenji, diretor técnico do Instituto de Oncologia do Hospital Santa Paula, reforça que o câncer de próstata tem cura, principalmente diante de um diagnóstico precoce. “Mesmo quando a doença está avançada ainda é possível fazer o controle do quadro”, complementa.
Fatores de risco
Qualquer paciente do sexo masculino que se enquadre em um dos grupos descritos abaixo deve ter atenção redobrada quanto a esse assunto. Fique atento aos fatores de risco para o câncer de próstata!
- idade avançada – os riscos de câncer de próstata aumentam exponencialmente com o aumento da idade. As células cancerosas estão presentes em cerca de 40% dos homens com 50 anos e algumas estatísticas apontam que mais da metade de todos os homens com mais de 80 anos vai desenvolver essa condição;
- histórico familiar – o risco de adoecer por câncer de próstata é o dobro para aqueles que têm ou já tiveram um parente consanguíneo (pai, irmão etc.) com a doença em comparação com quem não tem nenhum caso na família. É importante destacar que alguns estudos indicam que esse risco também é maior para homens que têm mães ou irmãs com história de câncer de mama;
- etnia – apesar de os motivos ainda não serem claros, é fato que o câncer de próstata é mais comum em alguns grupos étnicos e raciais do que em outros. Mais precisamente os homens afro-americanos têm um risco maior de desenvolver a doença e uma chance maior de que seja de forma agressiva;
- estilo de vida/fatores dietéticos – alguns estudos sugeriram que priorizar uma dieta rica em gorduras saturadas pode aumentar as chances de desenvolver câncer de próstata, bem como levar um estilo de vida sedentário – que exclui a prática de atividades físicas regulares e não prioriza uma alimentação saudável e nutritiva.
Tratamento
“Diante de um diagnóstico positivo para o câncer de próstata, por meio da realização de uma biópsia, oferecemos, em nossa instituição, diversas opções de tratamento para eliminar o tumor, entre elas a intervenção cirúrgica, a radioterapia, os medicamentos anti-hormonais e quimioterápicos e ainda os procedimentos que a medicina nuclear possibilita”, destaca o Dr. Tiago Kenji. Entre esses últimos, está a utilização da molécula PSMA-1 marcada com lutécio radioativo, em um processo de ionização, por meio do qual as células malignas do câncer de próstata são destruídas em um procedimento realizado por medicação intravenosa. O método – também chamado de PSMA Lutécio-177 – tem apresentado bons prognósticos com relação à redução das lesões e até remissão da doença.
“Gostaria de reforçar o atendimento integrado e horizontal do Instituto de Oncologia Santa Paula (IOSP); aqui o paciente é sempre atendido pelo mesmo médico de cada especialidade, o que melhora muito o resultado do tratamento”, conclui o especialista.
Fonte: Dr. Tiago Kenji, diretor técnico do Instituto de Oncologia do Hospital Santa Paula.